O segundo mês do ano é dedicado à campanha Fevereiro Laranja, que tem como objetivo conscientizar a população sobre a leucemia e a importância da doação de medula óssea. De acordo com estatísticas do Instituto Nacional de Câncer – INCA, são esperados mais de 11 mil casos no Brasil entre 2023 e 2025 no Brasil. Com esses números elevados, é fundamental ficar atento aos principais sintomas para que seja realizado um diagnóstico preciso dessa doença que pode surgir em qualquer fase da vida, desde crianças a idosos.
O médico hematologista Dr. Bruno Spinelli, coordenador do Grupo da Hematologia do COP – Centro de Oncologia Paraná, explica que a leucemia é uma doença que tem o seu início na medula óssea, local onde são fabricadas as células sanguíneas e que dão origem aos glóbulos brancos, aos glóbulos vermelhos e às plaquetas. “Por ser uma doença grave, o diagnóstico preciso e o tratamento adequado são fundamentais, e, por essa razão, é necessário ficar atento aos sinais de alerta. A qualquer mudança no organismo, sem explicação, como sangramentos espontâneos, hematomas, perda de peso e cansaço inexplicado, é recomendado procurar um especialista.”
É importante salientar que diferente de alguns tipos de câncer, na maioria das vezes a leucemia não é uma doença hereditária e sim adquirida. A suspeita do diagnóstico da leucemia pode ser feito por um exame de sangue chamado hemograma sendo então confirmado com análise de medula óssea. O tratamento varia em relação ao tipo da leucemia, porém, em sua maioria é indicada a quimioterapia. Em alguns casos, de acordo com o hematologista, também pode ser indicada a realização do transplante de medula óssea (TMO).
Existem quatro tipos mais frequentes de leucemia. Saiba como diferenciá-los:
Leucemia linfoblástica aguda (LLA): é mais comum na infância e apresenta cerca de 80% de cura. O tratamento consiste em quimioterapia, com medicamentos específicos para cada paciente, e, em casos mais graves, é indicado o transplante de medula óssea.
Leucemia linfocítica crônica (LLC): esse tipo afeta as células linfoides, tem desenvolvimento lento e é mais comum na população idosa. A forma de tratamento é geralmente a quimioterapia oral, com medicamentos específicos para cada perfil de paciente.
Leucemia mieloide aguda (LMA): pode acontecer em crianças, mas em adultos a incidência é maior e aumenta com o avançar da idade. O tratamento segue o padrão, ou seja, quimioterapia e, se necessário, transplante de medula óssea.
Leucemia mieloide crônica (LMC): é mais comum em adultos a partir dos 50 anos. O tempo de evolução é mais longo e às vezes a pessoa desconhece a doença por meses ou até mesmo anos. O tratamento consiste em quimioterapia oral e, em casos mais graves, poderá ser indicado o transplante de medula óssea.
Como se tornar um doador de medula óssea
O transplante de medula óssea é indicado para o tratamento de alguns tipos de leucemia, por isso a campanha Fevereiro Laranja também reforça sobre a importância de se tornar um doador. Para entrar no cadastro das pessoas que podem ajudar o próximo, basta ir ao Hemocentro, realizar um cadastro no REDOME – Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea e coletar uma amostra de sangue (10 ml) para exame de tipagem HLA.
Para ser doador, basta ter entre 18 e 35 anos, sendo que a pessoa permanece no cadastro até quando completar 60 anos – idade limite para realizar a doação –, apresentar boas condições de saúde, não ser ex-paciente oncológico ou estar em tratamento de câncer, doenças no sangue, no sistema imunológico ou doenças infecciosas.
Saiba mais sobre como se tornar um doador voluntário de medula óssea: https://redome.inca.gov.br
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