Com o constante avanço da ciência, a genética se tornou uma grande aliada no tratamento de diversas doenças, entre elas o câncer. Compreendendo o perfil genético tumoral das células que estão causando o problema de saúde é possível realizar um tratamento cada vez mais personalizado, oferecendo maior assertividade e aumento da chance de cura. Entre os principais exames genéticos que são aliados dos pacientes destaca-se a biópsia líquida.
A geneticista Meire Batistela, coordenadora do Setor de Oncologia Molecular do Mantis Diagnósticos Avançados, explica que a biópsia líquida é um exame de sangue que ajuda a descobrir informações genéticas sobre um determinado tipo de câncer e que pode guiar a escolha do tratamento para se obter a melhor resposta do paciente. Nele, é possível analisar a presença de células tumorais circulantes (CTCs) e frações de DNA do câncer (ctDNA – DNA tumoral circulante), permitindo assim identificar o perfil molecular da doença.
O principal benefício da biópsia líquida é a questão de que pela coleta é possível acompanhar o câncer em tempo real, ou seja, sua análise auxilia a identificação de alterações genéticas que estão direcionando a progressão do tumor naquele momento e, portanto, aumentam as chances de identificar mutações associadas às medicações chamadas de terapia-alvo, específicas para o tipo de tumor e para as alterações genéticas tumorais identificadas.
Todos os tipos de câncer são causados por alterações genéticas que acontecem no interior das células, levando a uma cadeia de reprodução anormal que resulta na doença. E, uma vez que todos os tipos de cânceres liberam células e DNA que acabam por cair na circulação sanguínea, é possível realizar a coleta de biópsia líquida essencialmente em todos os tipos de tumores.
Pelo fato de ser um exame de sangue, a vantagem da biópsia líquida é ser menos invasiva e dolorosa, já que não é necessário retirar uma parte do tumor para análise. "A biópsia líquida também auxilia nos tipos de cânceres em que a biópsia tradicional não é permitida devido ao local de difícil acesso em que o tumor se encontra. Mesmo quando a avaliação do tumor não está disponível, o uso da biópsia líquida permitirá a realização de testes genéticos voltados à identificação de alterações que possam auxiliar em um tratamento de maneira mais personalizada", finaliza a geneticista Meire Batistela.
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